sábado, 26 de setembro de 2009

Um novo Sertão na Literatura

Por Rinaldo de Fernandes


A figura quase lendária de Nhô Guimarães [em Nhô Guimarães: romance-homenagem a Guimarães Rosa, do escritor baiano Aleilton Fonseca], permanentemente associada à imagem do marido Manu ("sabiam ser bons amigos"), de quem a narradora sente muita saudade, é sempre recordada com reverência, como se presente estivesse: "Eu vi, vivi, convivi. Para mim está muito bem vivo".
O personagem Nhô Guimarães, repita-se, é alter ego de Guimarães Rosa, sendo que alguns dados da biografia deste último são sempre postos em cena pela narradora (Aleilton Fonseca, na entrevista, citada três colunas atrás, a Lima Trindade, afirma: "Procurei inserir os dados históricos no ficcional, como se também fossem - e agora são! - uma ficção"; afirma ainda: "A realidade é apenas um marco de referência que garante a verossimilhança"). Dois desses dados, pela sua importância, chamam muito a atenção: o primeiro é aquele que alude à famosa viagem pelo sertão, em 1952, na qual Guimarães Rosa, acompanhado do vaqueiro Manuel Narde, o Manuelzão, anotou muito sobre a fauna, a flora, a fala e as fabulações sertanejas, material que será aproveitado na composição do Grande sertão: veredas. A viagem é assim referida no romance: "Ele fez uma travessia longa, de muita importância para seus escritos. Se aventurou nas poeiras, passagens das mais supimpas, com os demais. [...] No terreiro todo aí fora se arrancharam para o descanso e o de-comer, os animais espalhados convivendo amigos. [...] Nhô Guimarães por tudo a saber e anotar, no sempre, os seus riscos e debuxos no papel. Os aconteceres do mais sertão, lhe dissessem de tudo. [...] Nhô Manuelzão era quem mais sabia ensinar, sempre bom de prosa e de aventura. Os demais, estes cismavam: onde já se viu boiadeiro assim fanfando, todo lorde, bem do seu, de finos óculos? Essa viagem era para retratos e anotações [...], para estampar a travessia em papel, para outra gente saber de tudo e conhecer as aventuras de Nhô Guimarães pelos Gerais."

Disponível em :http://www.auniao.pb.gov.br/v2/index.php?option=com_content&task=view&id=9132&Itemid=74 Acessado em: 29/07/09

Não percam!!!

Ultimos dias de apresentação da peça Nhô Guimarães! Apenas hoje dia 26 e amanhã 27 de setembro em salvador do Teatro SESI Rio Vermelho

O pêndulo de Euclides: outras notícias

>O texto abaixo foi retirado do Diário de Taubaté online

21/08/2009

Uma viagem ao centro da Terra de Canudos

Na celebração do centenário de morte de Euclides da Cunha, Aleilton Fonseca homenageia o grande autor de Os sertões. Com a região nordestina da Guerra de Canudos como cenário, O pêndulo de Euclides, novo romance do escritor baiano, será lançado dia 24, segunda-feira, pela Editora Bertrand Brasil. A obra apresenta um debate inteligente e instigante sobre um dos mais sangrentos conflitos brasileiros. Tudo retratado, de maneira leve e encadeada, pela visão de um professor baiano, um professor francês e um poeta.

Mas o que há em comum entre esses personagens? Aparentemente nada. Mas, a cada página do romance, a relação entre eles fica mais nítida para o leitor: há todo um clima de encanto e curiosidade pela Guerra de Canudos e tudo que a cerca.

No ano de 2003, um professor baiano apaixonado pelo livro Os sertões, de Euclides da Cunha, decide conhecer a famosa região de Monte Castelo a fim de escrever seu próprio livro. Em sua jornada, ele terá a companhia do francês Dominique e do poeta Alex. Juntos, 106 anos após a quarta batalha entre sertanejos e soldados republicanos, e o extermínio dos seguidores de Antonio Conselheiro, eles partem para uma viagem no tempo.

Ao chegar a Monte Castelo, o primeiro sentimento é de espanto cultural. O comércio é informal, as pessoas são extremamente simples e amistosas, e tudo gira em torno do mito de Antonio Conselheiro.

Com uma narrativa surpreendente, ao reproduzir passagens de Os sertões em seus diálogos, O pêndulo de Euclides provoca uma reflexão sobre o que realmente aconteceu no sertão nordestino no fim do século 19. Uma aula sobre as pessoas que lutaram e o cotidiano de suas vidas sob a tutela de Conselheiro.

Aleilton Fonseca nasceu na cidade de Firmino Alves, Bahia, em 1959, e reside em Salvador. É graduado em Letras pela Universidade Federal da Bahia, com mestrado pela Universidade Federal da Paraíba e doutorado pela Universidade Estadual de São Paulo. Foi professor na Université d’Artois, na França, em 2003. Leciona Literatura na graduação e na pós-graduação da Universidade Estadual de Feira de Santana, com pesquisa sobre literatura e imagens urbanas. Escreve ficção, poesia e ensaio, tendo 12 livros publicados, dentre eles, Nhô Guimarães (Bertrand Brasil, 2006).

Título: O pêndulo de Euclides

Autor: Aleilton Fonseca

Editora Bertrand Brasil

Número de Páginas: 210

Preço: R$ 34,00

Disponível em: http://www.diariotaubate.com.br/display.php?id=14606




Na capital baiana, a programação em homenagem a Euclides da Cunha será marcada ainda pelo lançamento de dois livros: O pêndulo de Euclides (Bertrand Brasil), romance de Aleilton Fonseca, e o ensaio bibliográfico Euclides da Cunha e a Bahia (Ponto e Vírgula), de Oleone Coelho Fontes.


O romance de Aleilton, que é professor do departamento de Letras da Universidade Estadual de Feira de Santana, fixa sua narrativa no universo da Guerra de Canudos e da obra-prima de Euclides da Cunha, Os sertões. O lançamento em Salvador será durante um seminário sobre a obra euclidiana, na Academia de Letras da Bahia, dias 30 e 31 de outubro, mas antes o livro será lançado em dois eventos, em São Paulo (no fim deste mês) e no rio de Janeiro (início de setembro).

Disponível em: http://atarde.com.br/cultura/noticia.jsf%3Bjsessionid=500C6FC965EECE3E0C8329C68C4FE32E.jbossdube1?id=1208937



outras notícias :


http://opiniaoenoticia.com.br/opiniao/artigos/cem-anos-da-morte-de-euclides-da-cunha/

http://www.atarde.com.br/cultura/noticia.jsf%3Bjsessionid=1E87BAF825458F3DE983FDDB7CB5DA56.jbossdube1?id=1208937

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

CURSO CASTRO ALVES 2009
IV COLÓQUIO DE LITERATURA BAIANA
16 a 18 de setembro - das 14h30 às 19h00 - Carga horária: 12 h
Academia de Letras da Bahia
PONTO DE CULTURA ESPAÇO DAS LETRAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LITERATURA E DIVERSIDADE CULTURAL- DLA/UEFS
Local: ALB - Av Joana Angélica, 198 Nazaré- Salvador- BA - tel (71) 3321-4308

PROGRAMA

16/09 - Quarta-feira

14h30 - Sessões 1, 2 e 3 - Comunicações de Literatura Baiana

17h00 - Leituras de Castro Alves: depoimento e comentários de poemas

Aleilton Fonseca (UEFS/ALB) e Myriam Fraga (FCJA/ALB)

17/09 - Quinta-feira

14h30 - Sessões 4, 5 e 6 - Comunicações de Literatura Baiana

17h00 - Leituras de Castro Alves: depoimento e comentários de poemas

João Eurico Matta (ALB)

18/09 - Sexta-feira

14h30 - Sessões 7, 8 e 9 - Comunicações de Literatura Baiana

17h00 - Palestra: Em torno do poema "A Maciel Pinheiro", de Castro Alves

Waldir Freitas Oliveira (ALB)

18h00 - Encerramento



Presidente: Edivaldo M. Boaventura (ALB)
Coordenador: Aleilton Fonseca (UEFS/ALB)


sábado, 5 de setembro de 2009

Nova obra de Aleilton Fonseca homenageia Euclides da Cunha

Na celebração do centenário de morte de Euclides da Cunha, Aleilton Fonseca, professor doutor do Departamento de Letras e Artes Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), homenageia o grande autor de Os Sertões. Com a região nordestina da Guerra de Canudos como cenário, O Pêndulo de Euclides, novo romance do escritor baiano, apresenta um debate inteligente e instigante sobre um dos mais sangrentos conflitos brasileiros.

Tudo retratado, de maneira leve e encadeada, pela visão de um professor baiano, um viajante francês e um poeta. Mas o que há em comum entre esses personagens? Aparentemente nada. Entretanto, a cada página do romance, a relação entre eles fica mais nítida para o leitor: há todo um clima de encanto e curiosidade pela Guerra de Canudos e tudo que a cerca.

O lançamento será quarta-feira (3/9), às 19h30, na Livraria da Vila, em São Paulo, localizada na rua Fradique Coutinho. O público de Feira de Santana e de Salvador também será prestigiado com o lançamento, em data ainda a ser confirmada.

A construção da obra começa em 2003, ano em que Aleílton Fonseca, professor baiano apaixonado pelo livro Os Sertões, de Euclides da Cunha, decide conhecer a famosa região de Canudos (Belo Monte, segundo os conselheiristas) a fim de escrever seu próprio livro. Na jornada, ele terá a companhia do francês Dominique e do poeta Alex. Juntos, 106 anos após a quarta batalha entre sertanejos e soldados republicanos, e o extermínio dos seguidores de Antonio Conselheiro, eles partem para uma viagem no tempo.

Ao chegar à cidade atual de Canudos, o primeiro sentimento é de espanto cultural. O comércio é informal, as pessoas são extremamente simples e amistosas, e tudo gira em torno do mito de Antonio Conselheiro. Com o passar dos dias, o doutor começa a encantar-se com as informações que recebe dos sertanejos, principalmente as conseguidas nos bate-papos com seu Ozébio, de 80 anos, um conhecedor misterioso e profundo de todos os detalhes do conflito.

Com uma narrativa surpreendente, ao reproduzir passagens de Os Sertões em seus diálogos, O Pêndulo de Euclides provoca uma reflexão sobre o que realmente aconteceu no sertão nordestino no fim do século 19. Uma aula sobre as pessoas que lutaram e o cotidiano de suas vidas sob a tutela de Antônio Conselheiro.

Aleilton Fonseca nasceu na cidade de Firmino Alves, Bahia, em 1959, e reside em Salvador. É graduado em Letras pela Universidade Federal da Bahia, com mestrado pela Universidade Federal da Paraíba e doutorado pela Universidade deo Paulo. Foi professor na Université d’Artois, na França, em 2003. Leciona Literatura na graduação e na pós-graduação da Uefs, com pesquisa sobre literatura e imagens urbanas. Escreve ficção, poesia e ensaio, tendo 12 livros publicados, dentre eles, Nhô Guimarães (Bertrand Brasil, 2006). Recentemente participou do livro de contos Todas as guerras (Bertrand Brasil, 2009).

Trecho do livro:

“Euclides vivera e observara muitas situações em poucos dias, como aríetes em seu antigo aprendizado. Em sua mente alternavam-se teorias e vivências, livros e fatos, discursos e falas, sábios e homens. Seu espírito movia-se como a haste crucial de um pêndulo. E, se não parava de oscilar totalmente, buscava agora um ponto de equilíbrio. Seus saberes, erigidos em conceitos, davam passagem aos ensinos da experiência e da compreensão. Ele sentia, de maneira difusa, rápida e irrevogável, uma mudança em marcha em sua consciência. Indagava-se intimamente, travando um debate consigo mesmo. Chegava a novas conclusões.

O pêndulo de Euclides encontrava, enfim, em sua base o ponto

exato do verdadeiro saber. E ele descobria-se outro, diante de si

mesmo: (...)

— Agora eu sou outro homem.”

(p.151)

Texto: André Sequeira / Conteúdo e Comunicação

Disponível em: http://www.uefs.br/portal/noticias/2009/nova-obra-de-aleilton-fonseca-homenageia-euclides acessado em:05/09/09

O pêndulo dos sertões


Se eu estivesse no seminário referido pelo narrador logo na abertura deste livro, teria concordado com o último palestrante. Depois de Euclides da Cunha, Mário Vargas Llosa, Walnice Nogueira Galvão, Edmundo Moniz, Ataliba Nogueira, José Calazans, Roberto Ventura, autores, livros, ensaios e artigos da imprensa, Canudos era um tema exaurido.
Mas Aleilton Fonseca traz uma indagação instigante, colocada na mente inquieta do professor-narrador deste O pêndulo de Euclides. Para discordar de que o conhecimento e a literatura sobre a Guerra de Canudos e seus personagens estejam completos e concluídos, ele se pergunta: “E as vozes do sertão? O que elas têm a dizer?”
Três homens que mal se conhecem, unidos no interesse intelectual e sentimental pela tragédia canudense e na admiração incontida por Euclides da Cunha, partem descontraídos e curiosos para uma curta viagem ao sertão do rio Vaza-Barris, em busca de aventura, divertimento e aprendizado. Um deles encontra a si mesmo.
Creio que Aleilton Fonseca também se encontrou como escritor — com as anotações descritivas, que revelam sua arguta percepção do universo sertanejo; com seus diálogos ensaísticos, que atestam a segurança dissertativa de conceitos e argumentos; e com uma narrativa engenhosa, que encontra vazão no prumo da arte ficcional.
Acima de tudo, Aleilton Fonseca acerta em cheio. Na dicção literária, pelo domínio da linguagem: ritmo, expressão e composição; do erudito ao popular; do reflexivo ao emotivo; do discursivo ao lírico. E no campo retórico, pela clareza de ideias, pela congruência entre valores e conteúdos, pela pertinência dos sentidos e motivações.
Este livro vem preencher uma lacuna. A Guerra de Canudos continua. A luta do sertão ainda sangra. O sertanejo ainda é um forte. Nada está encerrado e pacificado. A escritura da guerra não está completa. Não sem antes ouvirmos o que tem a dizer Aleilton Fonseca. Não sem pararmos para escutar a voz que vem dos sertões.


Luís Antonio Cajazeira Ramos, poeta

Disponível em: http://www.edicoesbestbolso.com.br/livro_sinopse.asp?id_livro=24231 em:05/09/09

Outros sites que comentaram a publicação de O pêndulo de Euclides:

http://www.diariotaubate.com.br/printable_version.php?id=14606

http://www.atarde.com.br/cultura/noticia.jsf?id=1208937

http://opiniaoenoticia.com.br/opiniao/artigos/cem-anos-da-morte-de-euclides-da-cunha/

http://www.projetoeuclides.iltc.br/index.php?page=conteudo&conteudo=impre_noticias&id=118